terça-feira, 15 de dezembro de 2009

New York City Marathon - antes

Aos fiéis seguidores desta modesta coluna, peço minhas desculpas pela inatividade dos últimos meses. Várias grandes atividades urgiam publicação, porém terei que rogar a maior de todas as "muletas": a falta de tempo. Houve, claro, períodos de "espera" pelo tradicional envio de "mais fotos" para uma seleção mais empolgante, mas que no fim só serviram para adiar o ímpeto da escrita por tempo indeterminado.
Para abrandar o descontentamento dos leitores, narro então a maior de todas as aventuras vividas, não somente em 2009, mas nestes últimos 45 anos de vida: A Maratona de Nova Iorque. Um verdadeiro marco na vida de qualquer pessoa, atleta ou não, amador ou profissional.
Após a longa gestação - 10 meses - de exaustivos treinos e grande ansiedade, eis que chega o dia do embarque para os Estados Unidos.
Lidos e relidos os e-mails com as "dicas" da agência Kamel, mala pronta por mais de um mês, com duas horas de antecedência, chego, numa quente tarde de primavera, ao aeroporto Affonso Penna para a inesquecível viagem.
As 9 horas de vôo, mais as duas de fuso, em nada diminuíram o entusiasmo. Durante o transfer, o primeiro contato visual com a imponência das obras americanas de engenharia foi quase estarrecedor.
Ao amanhecer de sexta-feira chegamos ao hotel, onde rapidamente nos desfizemos da bagagem e com a roupa do corpo rumamos à feira da maratona.
Espetacular organização! Em poucos minutos recebemos o numeral de peito, a fita-chip para o tênis, camiseta do evento, brindes, etc e fomos direcionados à feira que oferecia todos os apetrechos de corrida imagináveis (e não), com o logotipo da maratona.
Dali, com as sacolas cheias de brindes, presentes e produtos partimos para a Paragon Sports, um shopping center de artigos esportivos. Cada esporte com o seu setor: Hoquei no gelo, baseball, ciclismo, football, etc. Importante comentar que essa loja dá como brinde aos participantes, além do transporte da feira até a loja, uma fatia de pizza ou hot-dog e refrigerante. Bem legal ir até lá pois está cheio de maratonista, de todas as partes. Os americanos são muito receptivos com os atletas e fazem com que a gente se sinta especial. A noite, fizemos um giro pelas Times Square e Broadway, antes de jantar com os novos amigos corredores.
No sábado a Continental Airlines patrocina um dos eventos paralelos mais interessantes: a corrida da amizade, chamada também de "Fun Run", com a participação dos atletas não americanos, mais de 20.000. Interessantíssimo. Delegações de muitos países. As mais numerosas são as da Itália e França, com mais de 3000 atletas cada. Há também grandes contingentes de ingleses, holandeses, canadenses e espanhóis. Os atletas se agrupam em torno da sua bandeira. Muitos vão fantasiados. Alguns grupos lembram nossos blocos de carnaval. Vejam a criatividade destes holandeses:
Fotografa-se tudo, enquanto os discursos acontecem na tribuna. A concentração se dá nas proximidades do prédio da Organização das Nações Unidas (ONU). A corrida é de apenas 4km, indo pela 5a avenida até o Central Park.
Quem corre sabe que a cada evento mais e mais desses artigos comemorativos vão entupindo nossos armários. Por mais doação que se faça, o número é sempre superior à necessidade. Algumas sequer tiveram a sua estréia e, o mais interessante é que isso acontece em TODO O MUNDO, literalmente! Por isso, após esta mini-corrida, há a tradicional "troca de camisetas", para que todos levem suvenires únicos.
Na próxima os detalhes da grande corrida.
Abração a todos


































sexta-feira, 3 de julho de 2009

3a Meia Maratona das Cataratas


É chegada a hora de se por à prova.
A longa, monótona e solitária rotina de treinamentos finalmente encontra seu destino.
Os companheiros da equipe Atitude que participaram do Mountain Do (Claudio, Henrique e Marcelo -os 3 das esq) aceitaram o desafio e veem engrossar a massa de corredores que enfrentarão os 21km de uma das mais belas provas rústicas do Brasil.
O longo trecho em meio à floresta nativa é quase uma viagem transcedental. O ruidoso despertar das várias espécies de pássaros e animais é a agradável trilha sonora, enquanto autômatos, rasgamos o ar de umidade a 100%. Mais do que nunca, a felicidade não reside apenas em chegar, mas sim, passar pelo caminho.
As dificuldades do relevo no final da prova, quando as forças já estão próximas do fim só é amenizada pelo cada vez mais retumbante rugido das cataratas. Após o último aclive, ao avistar a tão esperada linha de chegada, um turbilhão de sensações se misturam num momento apoteótico: o corpo extenuado, as palavras de incentivo do locutor e os aplausos da assistência, emoldurados pelo grandiosidade da natureza faz valer a pena todo o sacrifício dos meses que antecedem esta incrível competição.
Até a minha querida cidade de Sete Lagoas está aqui representada. O campeoníssimo Franck Caldeira é um dos 888 inscritos. Tricampeão da Volta da Pampulha e medalha de ouro na maratona no panamericano do Rio é favorito para vencer a disputa.
O tempo está firme, a temperatura amena e o sol brilha forte. Céu de brigadeiro.
Domingo, dia 5, 7h00 antes mesmo do dia amanhecer, já estaremos, com o frio na barriga, nos espremendo no bolsão de largada, para escrever mais uma página da nossa vida.
Saudações

quarta-feira, 22 de abril de 2009

35a Prova Rústica Tiradentes


Salve salve queridos leitores!
Depois de longo tempo lesionado e fora das aventuras, eis que retorno com novidades.
Antes de mais nada peço licença para trocar a ordem cronológica dos acontecimentos, publicando a nota sobre esta corrida em Maringá antes da do Mountain Do, ocorrida em Florianópolis, no sábado de Aleluia.
Vamos aos fatos. Animado com o "apoio logístico" do grande amigo Kimio Mori, resolvi quase de última hora, participar do famoso evento esportivo do norte do Estado.
Apesar do tempo ensolarado a temperatura de 23°C era convidativa para a prática esportiva.
A prefeitura do município organiza uma grande festa e o trajeto favorece o acompanhamento da prova por parte do público. As arquibancadas colocadas em frente à prefeitura acompanham não só a largada e a chegada, como também a passagem dos corredores pela metade do percurso, após contornarem o Parque do Ingá.
"3500 ansiosos companheiros corredores se espremem no bolsão de largada. A estréia do tenis novo não podia ter palco melhor! Não tão aquecido quanto deveria, mas empolgado, parto acompanhando a multidão, que lentamente vai se esparramando ao longo do percurso. Atletas experientes ou não, jovens ou nem tanto, vão, ladeira abaixo cumprindo sua estratégia e enfrentando seus limites.
O site da prova, incompleto, não informava o perfil altimétrico, o que não possibilitou um planejamento estratégico mais apurado. Desenvolvi boa velocidade nos primeiros km ajudado pela descida, porém em corrida rústica "tudo que desce tem que subir". Este longo trecho inicial foi compensado por longa subida.
O público digno de uma São Silvestre lotava praticamente todo o percurso, com muitos pontos de maior concentração. Quanto incentivo! Passo rapidamente pelas arquibancadas completando os primeiros 5km. Nova decida. Vejo na pista contrária a veloz queniana que lidera a prova, beneficiada com os 3min de antecedência de sua partida em relação à do pelotão masculino.
Inicio o contorno do Bosque II. Pego um copo d'água no ponto de hidratação e confiro os batimentos no monitor cardíaco: 180bpm. Tudo bem. Fôlego? ok. Confiro as parciais a cada km. Para ocupar o pensamento vou fazendo cálculos. Já imagino que, mantendo o ritmo, consigo ficar abaixo dos 54min, talvez 53!
Entro então na reta final. Cansado, mas corro inexoravelmente. Passo pelo amigo fotógrafo e aceno. Um sprint final e bato no relógio: 52min 28s. Missão cumprida."
Mais tarde, retornamos ao mesmo local para saborear os pratos da feira de alimentação. Quem encontro? Os vencedores da prova que, simpáticos, posaram para a foto:

Da esquerda para direita
Joseph Kiplagat Cheruiyot (5° lugar - 30'46");
Biwott Stanley Kipleting (1° lugar - 29'18") e
Mark Korir (2° lugar - 30'00")

Saudações e até a próxima.