Fiquei muito aborrecido em não ter conseguido postar de Vitória os emocionantes acontecimentos que vivenciamos no último dia da peregrinação. Peço escusas pelo atraso, porém, para compensar farei uma postagem mais longa e ilustrada.
A rotina de preparação para caminhar estava diferente. Era o último dia de convivência. A melancolia já começava a se instalar nos espíritos, antes eufóricos, dias atrás.
A rotina de preparação para caminhar estava diferente. Era o último dia de convivência. A melancolia já começava a se instalar nos espíritos, antes eufóricos, dias atrás.
Este não seria o dia mais bonito do percurso. Os kilometros de asfalto, que iam sendo vencidos passo a passo por nossas botas e tênis, queriam dar o título a esta postagem.
A aridez do trecho era compensada pelas inúmeras bancas de alimentos.Pessoas humildes que nos contagiam com sua bondade e, principalmente, com seus sorrisos.
Todas as pessoas pelas quais passávamos nos saudavam: "- Parabéns!"; "-Vocês são
heróis"; "-Sejam bem-vindos!". Muitos grupos nos aplaudiam. E eu, contrariado, pensava: - Por que isso? O que eu fiz para merecer todo esse alimento e todas essas homenagens?
Todas as pessoas pelas quais passávamos nos saudavam: "- Parabéns!"; "-Vocês são
A medida que nos aproximávamos do santuário a concentração de pessoas e peregrinos aumentava. Já era audível o som dos alto-falantes da ABAPA, saudando aos andarilhos que chegavam à praça. Fogos de artifício pipocavam.
Chegamos ao portal do santuário. Iniciávamos a derradeiro aclive, o mais íngrime desde o Convento da Penha. Os sinos tocaram. As lágrimas já brotavam nos olhos. Os pés surrados estavam agora anestesiados pelas intermitentes descargas de adrenalina. Tentei balbuciar uma oração de agradecimento. Já não tinha mais voz. O nó na garganta sufocava. Minhas companheiras Beth e Raquel também silenciaram. Subimos calados e emocionados os últimos metros. Pessoas subiam abraçadas, algumas fazendo preces. Muita gente nos recepcionando. As lágrimas agora alagavam o rosto e turvavam a visão.
Assim que chego à borda do tapete vermelho, como muitos outros peregrinos, me ajoelho em reverência ao Beato Anchieta. Consigo, em meio a soluços, finalmente, fazer uma prece de agradecimento a Deus por ter me dado esta oportunidade e forças para concluir tão linda jornada. Chegamos, enfim!