segunda-feira, 7 de julho de 2008

Dia de records pessoais

Tempo bom. O sol nascia sem interferências. O céu azul e a temperatura de 15°C indicavam que seria um ótimo dia de corrida. Precisamente às 7h45 soou a buzina de largada. 508 homens e 133 mulheres iniciaram a jornada para os longos 21,1km.
Concentrado, a cada km acionava o "lap" no cronômetro. Satisfeito com a velocidade de 12km/h, acompanhava o pelotão que rapidamente engolia os trechos planos. As placas se sucediam com grande rapidez. A meta estava sendo atingida, mas quando começassem as subidas é que seria a hora da verdade.
A dor, fiel companheira, não poderia ficar de fora. Logo cedo, ao sair da cama e tocar o pé chão ela já se manifestava no calcanhar. Bem na conexão do calcâneo como tendão de Aquiles. Sumiu logo depois do aquecimento, em casa ainda. Agora, durante a prova ela estava de volta. Itinerante, decidiu retornar em outras partes. Já na primeira grande subida, do Rio Tamanduá, passou para a panturrilha direita. A endorfina e adrenalina tentavam distraí-la. Procurei ignorá-la e manter o ritmo.
Descidas e subidas se alternavam. Como uma criança hiper-ativa, ela procurava chamar a atenção. Subiu então para o joelho esquerdo, antes da metade da prova. "Isso não é problema meu", pensei.
Entramos no Parque Nacional, na floresta. Ninguém no portão, ao contrário do ano passado. Uma descida leve, longa e consistente. Quem dera fosse assim até o fim. Passamos da metade, agora. Poucos atletas nas proximidades. O cansaço já dava sinais de vida. Veio juntar-se à dor, que insistente, atacava em outra frentes mais. As parciais já não me agradavam: 5 e 30... 5 e 30... 5 e 30. O tempo sonhado já ia ficando distante. Não seria mais possível. Mas mesmo assim o tempo do ano passado seria melhorado, com certeza. Uma ex-aluna (voluntária) me dá um copo de água de côco. "Boa prova", grita, depois de me reconhecer, enquanto me afasto.
Ao contrário de provas como a S. Silvestre (que em determinados momentos mais parece uma grande caminhada) ninguém parava de correr. Só passei por 2 nessas condições, em todo o trajeto.
Km 20. Poucos funcionários do hotel que desceram até a estrada aplaudiam e incentivavam. Depois da última lomba e reta de chegada, em descida, felizmente. O rapaz do alto-falante faz um comentário jocoso com o meu numeral (71): "Lá vem o sete um", atraindo a atenção dos presentes. Chegando sozinho, acelero, aceno, rio, brinco de aviãozinho, curto o momento. A bateria de canhões dos fotógrafos disparando em minha direção. Flashs e mais flashs pipocando. Cruzo a linha! Dever cumprido. Mais uma medalha para a coleção.
Os records - Maior distância correndo sem interrupções (21,1km). Melhor tempo para a distância (1h52 - cinco min a menos que a do ano passado). Maior consumo calórico (4138 kcal). Segunda melhor marca para 10km (50min30s).
Ainda não tenho as fotos da corrida, mas tão logo tenha, prometo publicá-las.
Um grande abraço aos queridos leitores e torcedores.


Um comentário:

Anônimo disse...

Dae Aimar, corri a prova também e achei seu blog por intermédio do Henrique (Saúde e sorte). Muito bom o post com a descrição da prova. Acredito que tenhamos chegados bem próximos. Também foi minha primeira Meia e o tempo foi bem parecido. Um forte abraço e parabéns pela prova...